Luísa

Por Carol Paiva
Conto vencedor do concurso "Papai Noel é Pornô", de Fábio Chap.


Fale em voz alta: Lu-í-sa. A língua bate no dente, a boca faz um biquinho e depois se abre. Começa fechado e termina aberto, assim como ela. Um nome gostoso de ser pronunciado... Tão gostoso quanto ela.


Estávamos numa festa de um amigo nosso dia desses. Bêbadas de uma bebida barata, chapadas de um beck que rolava, fomos conversar na cozinha. Sentamos no chão, uma de frente pra outra. Luzes apagadas, caras de safadas. Falando sobre tudo, sobre nada, começamos a falar sobre nós.

- Seu beijo é tão gostoso. 
Ela disse e eu ri.
- Sempre gostei do seu também.
- Lembra daquela vez no meu aniversário?

Eu lembrava. Fomos ao banheiro juntas e quando percebi, tava deitada no chão, ela por cima de mim, a gente se beijando, mão no peito, mão na bunda, tesão. Alguém bateu na porta, demos um selinho e saímos como se absolutamente nada tivesse acontecido.

- O que ia acontecer se eu fosse aí? – Ela me despertava.

Olhei confusa, brisada. “Sei lá”.

Quando ela começava a vir, apareceu alguém. Um cara que começou a desabafar sobre algo que não queríamos ouvir. Olhar firme, nos encarávamos. Ele percebeu nossa indiferença e saiu.

Ela veio.

Sentou do meu lado. Me beijou, beijo macio, beijo de mulher. Mas as mãos... As mãos firmes, me apalpavam. Ela gostava de dominar; eu, de ser dominada.

- Deita.

Deito. Ela veio por cima, abriu minha blusa. Sorriu. Safada. Beijou meu pescoço, foi descendo, começou a beijar meu peito, apertando, mordiscando, eu gemendo... Foi descendo. Saiu de cima, levantou minha saia e tirou minha calcinha. Sabia que ela era boa em oral, mas como chupava bem uma buceta. Se divertia, passava a língua pelo meu clitóris, enfiava uns dedos. UNS. Ela sabia que não precisava ter dó. E não tinha. Eu gemia, aquela vadia.

Tomei fôlego e falei:

- Para, agora é minha vez.

Queria fazê-la chegar ao ápice. Ela nunca tinha conseguido, acredita? Fui determinada nesse pensamento.

Lambi o mamilo dela, assoprei e mordi. Ela gemeu. Dizia sempre que não tinha sensibilidade, mostrei que tinha. Encarei e avisei com o olhar: hoje você vai gozar. Estremeceu.

Abri suas pernas. Nunca tinha feito aquilo, mas fiz como achei que devia. Fiz como eu mesma gostaria.
Coloquei um dedo, ela já tava molhada. Fácil. Coloquei mais um e massageava seu clitóris. Tranquilo. E o terceiro, porque eu sabia que a sensação de preenchimento é deliciosa. Ela pirava. Fazia tudo isso olhando pra ela, que se avermelhava, fechava os olhos, queria gritar. “Geme baixinho”, pedi. E desci. Sem pressa, ia passando a língua, ia alternando o ritmo. Mais forte, mais devagar. Mais rápido, mais rápido, não para, não paro, EU VOU GOZAR, goza, caralho, gostosa.

Gozou.

Não lambi tudo, esse gozo era dela. Depois a beijei, pra ela sentir o próprio gosto. Ela riu, eu ri.
Nos ajeitamos, a festa já tinha acabado, pela falta de barulho e conversas. Ela foi pro sofá e eu fui procurar um lugar pra deitar.

Deitar... Ninguém falou nada sobre dormir.

*
Fui pra cama do nosso amigo, cheguei bem pertinho:
- Rê, eu vou deitar com você.
Ele, de olhos ainda fechados, se ateve a um “uhun” e deu espaço.

Tirei minha roupa, fiquei só de calcinha e sutiã. Me encaixei numa conchinha, encostei bem a bunda no pau dele e, fingindo que tava me ajeitando, fiquei rebolando, beeem devagar. Sentia ficando duro, tão gostoso.

Me puxou mais pra perto, apertou forte minha coxa e avisou com aquela voz rouca no meu ouvido:
- Sua noite acabou de começar.

Tá bom, Rê, eu deixo você acreditar...




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