Garota da Vida [reescritos]
Por Antonio Fernandes
[Quinta-feira, 29 de Abril de 2010]
A coronha do revólver acertou-lhe o rosto. E de novo. E de novo. Seus olhos inchados choravam e as lágrimas misturavam-se ao sangue. Hematomas roxas por todo o corpo educavam-lhe como um animal. "Não lute ou será pior". Ela tentava, mas os instintos obrigavam-na a lutar.
O homem que a espancava sorria - "É melhor começar a se comportar, amor. Sua vida de senhorita acabou. Vou educar você bem, e espero que abane o rabo quando eu chamar." Acertou-lhe o rosto e riu alto.
Saiu do quarto.
Haviam oito camas. Em cada, uma garota algemada desabada com uma agulha no braço. Recebiam doses de heroína. Ficavam presas no vício e tornavam-se bonecas para o uso de seu senhorio.
Dois homens entraram e a agarraram pelos braços. Lutou, mas eles riram e um acertou-lhe uma bofetada no pâncreas. Sentiu a respiração falhar e foi amarrada na cama.
Entrou em pânico. Chutava, lutava e chorava. A garota não chegava a ser mais que uma adolescente e não tinha mais que 17 anos. O brutamontes montou-a, piscou para seu companheiro e a estuprou.
Era um vai e vem tosco e incompleto, e doía descontroladamente. Nada que ela já houvesse passado na vida era tão aterrorizante quanto aquilo. Estava apavorada e se contorcia aos berros. O ódio tomou-lhe conta. O homem riu de sua situação e desceu o punho sobre seu rosto, fazendo seus dentes cortarem as gengivas por dentro e sua boca recomeçar a sangrar.
Por fim desistiu. Deixou que aquele monstro a depredasse. Não havia amor no mundo, não havia bondade, era tudo sujo e medonho. Não acreditava passar por aquilo. Não podia crer. Era inconcebível.
Lembrou-se de sua primeira vez, 3 anos antes, quando seu namorado e ela fugindo da casa do sítio, foram até um rio próximo e decidiram nadar nus. Amaram-se dentro do rio e foi lindo, perfeito, parecia que a vida nunca poderia ficar pior. Que aquele sentimento de amor e prazer se estenderia para sempre.
O homem gozou e saiu de cima dela.
O outro se aproximou, a menina gemeu. Recebeu por resposta uma joelhada na boca do estômago, fazendo-a dobrar de dor e soltar algo parecido com um ganido e os dois terem um novo ataque de risos. Novamente foi penetrada por um membro rijo, e estuprada sem consternação.
Então tudo acabou. O segundo homem era mais fraco que o primeiro e não se demorou. Apenas se masturbava nela. Era um objeto e nada mais. Acorrentaram-na do modo certo, colocaram novamente a droga em suas veias, e saíram do quarto dando tapinhas nas costas e se perguntando o que haveria pro jantar.
A fechadura estalou e novamente, houve silêncio.
As outras garotas olhavam-na em silêncio de compreensão triste. Chorou, chorou e chorou. Chorou por seus pais desesperados, sem saber onde a filha estava. Chorou por seu namorado, que tanto a amava e nunca mais iria ver. Chorou por si mesma. Simplesmente chorou.
Hoje, essa garota pode ser vista em alguma esquina da cidade. De saltos altos e short curto, a maquiagem esconde a tristeza no rosto, e seu sorriso falso alimenta a cobiça dos dois homens que a estupraram.
[Quinta-feira, 29 de Abril de 2010]
A coronha do revólver acertou-lhe o rosto. E de novo. E de novo. Seus olhos inchados choravam e as lágrimas misturavam-se ao sangue. Hematomas roxas por todo o corpo educavam-lhe como um animal. "Não lute ou será pior". Ela tentava, mas os instintos obrigavam-na a lutar.
O homem que a espancava sorria - "É melhor começar a se comportar, amor. Sua vida de senhorita acabou. Vou educar você bem, e espero que abane o rabo quando eu chamar." Acertou-lhe o rosto e riu alto.
Saiu do quarto.
Haviam oito camas. Em cada, uma garota algemada desabada com uma agulha no braço. Recebiam doses de heroína. Ficavam presas no vício e tornavam-se bonecas para o uso de seu senhorio.
Dois homens entraram e a agarraram pelos braços. Lutou, mas eles riram e um acertou-lhe uma bofetada no pâncreas. Sentiu a respiração falhar e foi amarrada na cama.
Entrou em pânico. Chutava, lutava e chorava. A garota não chegava a ser mais que uma adolescente e não tinha mais que 17 anos. O brutamontes montou-a, piscou para seu companheiro e a estuprou.
Era um vai e vem tosco e incompleto, e doía descontroladamente. Nada que ela já houvesse passado na vida era tão aterrorizante quanto aquilo. Estava apavorada e se contorcia aos berros. O ódio tomou-lhe conta. O homem riu de sua situação e desceu o punho sobre seu rosto, fazendo seus dentes cortarem as gengivas por dentro e sua boca recomeçar a sangrar.
Por fim desistiu. Deixou que aquele monstro a depredasse. Não havia amor no mundo, não havia bondade, era tudo sujo e medonho. Não acreditava passar por aquilo. Não podia crer. Era inconcebível.
Lembrou-se de sua primeira vez, 3 anos antes, quando seu namorado e ela fugindo da casa do sítio, foram até um rio próximo e decidiram nadar nus. Amaram-se dentro do rio e foi lindo, perfeito, parecia que a vida nunca poderia ficar pior. Que aquele sentimento de amor e prazer se estenderia para sempre.
O homem gozou e saiu de cima dela.
O outro se aproximou, a menina gemeu. Recebeu por resposta uma joelhada na boca do estômago, fazendo-a dobrar de dor e soltar algo parecido com um ganido e os dois terem um novo ataque de risos. Novamente foi penetrada por um membro rijo, e estuprada sem consternação.
Então tudo acabou. O segundo homem era mais fraco que o primeiro e não se demorou. Apenas se masturbava nela. Era um objeto e nada mais. Acorrentaram-na do modo certo, colocaram novamente a droga em suas veias, e saíram do quarto dando tapinhas nas costas e se perguntando o que haveria pro jantar.
A fechadura estalou e novamente, houve silêncio.
As outras garotas olhavam-na em silêncio de compreensão triste. Chorou, chorou e chorou. Chorou por seus pais desesperados, sem saber onde a filha estava. Chorou por seu namorado, que tanto a amava e nunca mais iria ver. Chorou por si mesma. Simplesmente chorou.
Hoje, essa garota pode ser vista em alguma esquina da cidade. De saltos altos e short curto, a maquiagem esconde a tristeza no rosto, e seu sorriso falso alimenta a cobiça dos dois homens que a estupraram.
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