Levem a Revolução aos Hipócritas

Por Antonio Fernandes

Queríamos nós que fosse um mundo
onde os prazeres da carne fossem às pessoas
aquilo pelo que buscassem intermitentemente
vis, sádicas, a copular umas com as outras
arranhando-se nas costas e comendo-se nas entranhas
Porque?
Porque perdidos vejo vastos rebanhos de tolos
a percorrer caminhos insípidos regrados
desatando-lhes a fúria, desatando-lhes euforia, desatando-lhes...
E atando-lhes arreiros, atando-lhes cabrestos atando-lhes...
limites.
Porque arreiam-se os tolos? Porque não fodem-se, beijam-se, casam-se,
deixem que a paixão lhes domine a alma e coma o corpo,
devore o corpo e seja o próprio Deus a invocar-lhes que povoem o mundo
Para que não castrem-se mas castram-se, castram-se... Os benditos tolos.
Que comessem chocolates para provar o gozo da alma, o rejubilo!
Que comessem chocolates enquanto fodessem-se uns aos outros
E chupassem-se suas vergonhas e casassem-se com pessoas estranhas.
Queríamos nós que fosse um mundo
de prazer.
Mas porque tão continentes? Porque tão temperantes?
Já que na continência e na temperança moram os maiores hipócritas?
O maior mau do mundo é o ser hipócrita.
Aquele que não é sendo, e é sem não ser.
O que trai o próprio espírito
que trai os desejos da alma e os infortúnios que a paixão lhe traz.
Vivemos num mundo desapaixonado
porque estamos cercados de covardes.
Covardes que negam-se a própria alma
que compararam a mentira irrisória de que somos feitos para um ideal!
ou de que somos seres racionais, razoáveis, razoentos, sapiens, sábios. Sabidos.
Morram-se todos, matem-se todos.
Que se cometam auto homicídios nessa nova Era de suicidas em que vivemos.
Nesses tempos de hipocrisia, nesses tempos de covardia,
quando o mundo esqueceu-se a si mesmo, de amar,
e o diabo mora nas almas dos temperantes.
Agora tomam sucos naturais, exercitam-se
E levantam bandeiras e arregimentam tropas contra o bacon
Mas eu sonho com um mundo
E eu não sou o único
Eu acredito num dia em que você se juntará a nós
e nós seremos um
Quando antes de enfrentar os exércitos de hipócritas, covardes, tolos
rezaremos uma missa pagã
Rezaremos aos nossos deuses pagãos
e Deus e o diabo se juntarão a nós
pois foram esquecidos pela legião de idiotas
e quando o santíssimo padre subir no altar
proferirá as palavras solenes da nossa revolução
a revolução contra o desanimo do mundo
contra os que esqueceram de foder
de meter, de comer, de gozar, jubilar, e rezar.
O santíssimo padre subirá ao altar,
e proferirá as palavras sagradas da revolução:

"-Este, é o corpo do porco!"
Amém!





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