[+18] Química

Por Antonio Fernandes


Ela pisa a soleira da porta. Arrasta os pés, expectante. Suas têmporas estão úmidas de calor. De calor e cansaço. Seu decote também. Ela caminhou uns bons quilômetros sob o sol escaldante para vir ensinar química ao maldito.Mas não há jeito. Ele não aprende. Ela havia se disposto outras duas vezes a ensina-lo, mas não conseguira enfiar nem um infimo de sabedoria naquela cabeça. Se dessa vez não fosse não seria mais. Decidiu.

Arrumou os cabelos negros e cacheados acima do decote molhado de suor. Riu, ao se lembrar de ter se sentido excitante quando se mirou no espelho do elevador. Queria estar. Talvez fossem os olhos, os olhos daquele garoto, e seu jeito maroto de ser, que a fazia voltar mais uma vez tentar ensinar-lhe um pouco de química.

Enrubescia ao pensar naqueles modos divertidos, inteligentes e imprevisíveis. Naqueles olhos que viam demais e num sorriso de lado, peculiar, que à fazia arrepiar. Balançou a cabeça e ficou séria. Não, seria só química.

Dirige as mãos para tocar a campainha e antes que consiga a porta abre. Surpresa, encara aquele mesmo sorriso lateral e os olhos profundos. Se já estava enrubescida, agora arde.

- Trouxe os livros, meu bem?

Ela faz que sim com a cabeça, apenas para perceber que ele a come com os olhos, analisando friamente o decote suado colado a alguns fios de cabelos pretos, seguros por um top branco e transparente, do qual talvez, talvez, deixe transparecer um pouco de seu sutiã de bolinhas. Talvez.

Arde mais.

Ele a convida a entrar estendendo a mão, que ela segura, apenas para se lembrar que são apenas colegas. Idiota. Agora é tarde demais. Suas mãos suam. Há um certo clima no ambiente que a deixa aflita. Ele está estranho, agindo de modos bruscos e irrequietos.

Ele sorri, tira dela os livros e a mochila e põe todos sobre a mesa da sala. Com a mão dos livros agarra o cabelo. Com a mão da mochila, agarra e apalpa fortemente no último lugar que ele poderia ousar por as mãos.

-Não....

Protesta. Agarra os pulsos. Fica aflita, mas é dominada por um sentimento de tesão que cobre seu corpo e tenta subjulga-la. Puxa a mão do garoto de modo mais forte, sem sucesso. Entra em pânico. O prazer a domina. Cada centímetro do seu corpo pede pra ceder. Mais suor. De repente há gotas inteiras sobre seus seios...

Ela geme.

A mão solta o cabelo. Ele a agarra de costas e antes que se dê conta, seu short está desabotoado e desce. Senti-lo deslizar pelas coxas transpassa na garota uma sansação sublime de prazer, mesmo que ela tente desesperadamente segura-lo. Em vão, ele é mais forte.

De repente ele larga. Ela apoia na mesa da sala, tenta se recompor, entender o que está acontecendo. Olha para trás para ver o que está acontecendo. Não consegue encarar aqueles olhos, sonda as mãos e as descobre desabotoando a própria calça do garoto. Atônita persebe-as liberando o seu...
Não, ela olha para frente rápida. Mas ainda assim tarde demais. Ele pega suas mãos, trás ambas lentamente pelas costas, ela fecha os olhos forte e sente... um membro. Grande. Rijo. É estranho, fora de hora, fora de lugar, mas ainda assim extremamente excitante. Ela apalpa, acaricia. O adora e o odeia. Não ensinará química nunca mais...

Alguma coisa é posta que muda a textura daquilo. Se antes ela sentia uma pele quente e deliciosa, agora há uma certa camada de borracha separando-a do resto... ela começa a raciocinar, entra em pânico e...

Tarde demais. Ele afasta sua calcinha, puxa-a pelos cabelos e cintura. Morde-lhe a orelha. E penetra.

Tesão. Prazer. Orgasmo. Orgasmos. Vários deles. Vindo e indo em momentos aleatórios. Não pode ser, ela nunca sentiu algo assim antes, mas logo percebe que não é apenas a penetração. O garoto também usa dois dedos que excitam-lhe também a clítoris, enquanto a segunda mão abriu espaço por baixo da camisa e encontraram os bicos dos seus peitos suados e os afagam com precisão. Orgasmo. Prazer. Tesão.

Ela fecha os olhos apenas para descobrir que é pior. Cores. Cores correm em todas as direções. Arco-Iris e aquarelas. Sons. Gritos. Gemidos. Espere... é uma mulher gritando. É ela gritando. E gemendo. E pedindo mais, e mais.

E logo se arrepende.

Ele a joga sobre a mesa, agarra os cabelos e a come. A come com força. O primeiro tapa é o pior. Ela é pega totalmente de surpresa e deixa uma marca vermelha de mão naquela pele macia e virgem. O que se escuta é um grito agudo. Ele gosta, já que logo dá outro, e outro. Alternando os lados. Acertando também as coxas. Arranha as costas. Aperta os peitos. Puxa os cabelos ainda mais. E a cada ataque ela geme. Grita. E sem nem mesmo entender porque, pede mais.
Gosta.

Gosta excepcionalmente. Mas está afrontada. Está afrontada por ser estuprada. Mas será um estupro? Não. Estupros tem dor e aquilo só tem prazer. Ela percebe que sempre quis ser dominada. Sempre olhou para aqueles olhos e viu o anseio em domina-la. Como ele percebeu que tudo que precisava fazer era agarra-la? Quer dizer, ela podia denuncia-lo, acusa-lo de...
Tarde demais para pensar. Ele a arranca da mesa, abaixa-a no chão e a obriga a chupa-lo. E ela o faz. Com todo o vigor que é capaz faz. Mesmo nunca tendo feito aquilo. Mesmo sendo seu primeiro contato com um... Ele força a cabeça para baixo e ela se afoga. Volta e respira algumas vezes atônita. Percebe que a culpa foi sua. Se desconcentrou e essa é a punição, e como desculpas chupa com ainda mais vigor.

Ele goza. Mas felizmente não nela. As coxas dele tremem enquanto ejacula, e o gemido grave e poderoso a arrepia até a espinha. Com a mão que resta ele agarra os cabelos, a puxa para cima e beija.

Um beijo forte, quente e protetor, ela percebe, o primeiro beijo. Os lábios se desprendem e lá estão denovo, aqueles olhos...

- Vai voltar pra me ensinar química amanhã?

Aquele sorriso de lado.

- Acho... Acho que sim.

- Tudo bem, não estou me saindo muito bem com toda essa coisa de genoma e...

- Ei, isso não é biologia?

- Pra mim parecem a mesma coisa.

Ele ri. E agarra a bunda dela, fazendo uma nova onda de tesão percorrer todo o corpo.

- Tudo bem, te ensino biologia amanhã.

-E física depois...

-E física.

Ele a leva até a porta beija-lhe... as bochechas. As bochechas! Diz que é a melhor professora de todas, fecha a porta e tranca.

Seu interior grita de ódio. Usada. Abusada. Feita completamente de objeto por esse monstro idiota, desgraçado...

Puxa os cabelos. Grita. Chora.

Mal pode esperar para amanhã.


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