Escolhas Erradas

Por Antonio Fermandes

Estou aqui
Eu
Presente
Corpo físico alma posta
Intacto
Grosso do grosso
Ser do ser
Venho focalizar por dentro
Atravesso os fios o centro da face
Vou mirar um ponto de luz vermelha
Como uma chama de uma vela
Que habita algum lugar no fundo
Entre minhas sobrancelhas
Essa chama vai crescer até
Dominar tudo
Que tenho por mim
Vou viajar pela gama
Dos pensamentos
E ser arremessado
Brutalmente
Contra um chão de areia
Num lugar
Que cheira a cinzas
 Colunas de mármore
Jogadas no chão
Restos apodrecidos
Caveiras
Cabecas mortas
De qualquer coisa que
Já fui eu
Muitos de mim
Se arrastam escravos
Tentando reconstruir qualquer coisa estranha
Que parece ter qualquer coisa como
Um semblante tristinho
Triste porem acabado
Patético porém fofo
Fica tentando fazer
Qualquer coisa boba que já foi parecer algo bom do que é
Esse lugar
Amor
É o templo das memórias
Lembrar é todos os dias
Revisitar o deserto de dissabores
E lamentar restos mortais
Apodrecidos do seu próprio eu
Que em outras eras foram derrotados por outros problemas
Ou ainda assistir patético
Uma legião de escravos imbecis
Restos de você
Tentarem reconstruir qualquer coisa
Que nunca mais terá
Aquela forma brilhante Formosa
Que foi um dia
Ruínas meu amor
São o que o nome lhes dá
Ruínas
O presente
O mundo real
Tangível
Está muito mais alto
Saindo desse deserto
Voando pelos céus
Na direção da estrela mais brilhante no céu
Até alcançar essa estrela
Atravessar ela
Escapar pelo Centro das suas sobrancelhas
Sair para fora de si
Em completo choque
Lendo esses versos
Olhar para si
Por fora
Seu eu verdadeiro
Aquilo qualquer que seja
Você real
Ossos e carne
E perceber que o passado é um pesadelo mal dormido
O futuro é um mago ardiloso e cruel
Mas aqui e agora existe alguém
Esse alguém é você
Esse alguém não está morto nem é escravo
És livre
E livre vai construir algo agora
E desapegar da ruína do passado
Ou do mago ardiloso
Do futuro

Neste
Sublime
Exato
Precioso
Momento


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