Plataforma

Por Antonio Fernandes

Apito assoviado 
De fumaça branca
Máquina de ferro
Pistões marrons
Cheiro de carvão
Queimado
Vagões castanhos
Verdes e dourados
Apita alto a partida
Arranca energia do chão
Mete movimento
Em tanta coisa que
Passa
Passa mulher de chapéu verde
Homem do bigode pontudo
Nas janelas tem soldados
Tem carteiros tem banqueiros
Todos acenam
Lenços brancos
Aos que ficam dão adeus
O trem parte cheio
De lágrimas dos
Que ficam na plataforma
E corre forte
Com toda energia
No rumo desconhecido
Da minha janela
Que parte
Olho seus olhos
Que ficam
E o sorriso e os olhos
Molhados que sejam
Prometem a ti

Que vou voltar


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